Dois Olhares - Miguel Gizzas
Passaste por mim no meio da multidão
Eu era mais um
Mas tu não
Tu tinhas algo de outro mundo
Os teus passos flutuantes
E os olhos inebriantes
Suspenderam toda a vida num segundo
Coloquei me então a teu lado
Num café de algum bairro acabado
Personagem de uma indiferença calma
As palavras de circunstância
Resumiram a distância
Que separa o meu corpo da tua alma
E mostrámos então ao medo
Que ensombra todo o mundo
Que ainda há amores
Que nascem no acaso de um segundo
Que há destinos que se envolvem
Em momentos triviais
Há paixões que se despertam
Mesmo quando não acreditamos mais
Fomos minutos sem tempo
Sem palavra ou pensamento
Olhares vivos de uma intensidade imensa
Fomos mundos tão distantes
Que se deram mutuamente
E cresceram na certeza da diferença
Valemos todos os momentos
Vencemos moinhos de vento
Quando juntos somos um olhar apenas
E juntamos num abraço toda a réstia de cansaço
Que faz parecer as hesitações pequenas
E mostrámos então ao medo
Que ensombra todo o mundo
Que ainda há amores
Que nascem no acaso de um segundo
Que há destinos que se envolvem
Em momentos triviais
Há paixões que se despertam
Mesmo quando não acreditamos mais
Tu e eu voamos bem mais alto
São dois corações que em sobressalto
Criam o perfume que perdura
Falam por entre sorrisos e visões do paraíso
Dãose o corpo e a verdade crua e dura
E mostrámos então ao medo
Que ensombra todo o mundo
Que ainda há amores
Que nascem no acaso de um segundo
Que há destinos que se envolvem
Em momentos triviais
Há paixões que se despertam
Mesmo quando não acreditamos mais
Não acreditamos mais
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