Subentendido - Chico Saraiva
Se eu disse coisa com coisa
Fica aqui subentendido
Que eu não soube dizer
Pois o que me deixa prosa
É essa coisa fabulosa de se desentender
Ao dizer coisa com coisa
A gente cava a cova rasa do mistério de ser
Onde a coerência pousa
Nada brota em volta ou nasce um pé de como porque
Acreditei nessa conversa mole
Que era preciso tudo explicitar
E quase o sonho todo me escapole
E o algo a mais que impele à frente se
Desfez no ar
Hoje é que entendo que o rascunho escolhe
E no desvão do redemunho o sonho surge gole a gole
E nessa hora santa enganadora
Quanto mais eu me emaranho mais olho de fora
Não quero cuspir no prato
Mas do tal fato do concreto
Do correto
Eu corro até desmaiar
Ao dizer coisa com coisa
A gente cava a cova rasa do mistério de ser
Onde a coerência pousa
Nada brota em volta ou nasce um pé de como
Porque
Acreditei nessa conversa mole
Que era preciso tudo explicitar
E quase o sonho todo me escapole
E o algo a mais que impele à frente se
Desfez no ar
Hoje é que entendo que o rascunho escolhe
E no desvão do redemunho o sonho surge gole a
Gole
E nessa hora santa enganadora
Quanto mais eu me emaranho mais olho de fora
Não quero cuspir no prato
Mas do tal fato do concreto
Do correto
Eu corro até desmaiar
Não quero cuspir no prato
Mas do tal fato do concreto
Do correto
Eu corro até desmaiar
Não quero cuspir no prato
Mas do tal fato do concreto
Do correto
Eu corro até desmaiar
Se eu disse coisa com coisa
Fica aqui subentendido que eu não soube dizer
Pois o que me deixa prosa
É essa coisa fabulosa de se desentender